terça-feira, 15 de novembro de 2011

IMAGEM NO MUNDO

ANIMAÇÃO À FRANCESA
04 a 27 novembro
Retrospectiva de filmes de animação franceses, exibindo 31 títulos (14 longas e 17 curtas-metragens). De Émile Cohl, desenhista francês considerado o inventor do desenho animado, a Um Gato em Paris (Une vie de chat), última produção dos estúdios Folimage, de Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol, passando pelos filmes indispensáveis de Paul Grimault, René Laloux e mais recentemente Sylvain Chomet e Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud. A França se mostra de uma criatividade impecável nesse domínio, privilegiando a originalidade dos estilos e das narrativas. Essa seleção comemora o apoio do cinema francês ao gênero sempre inovador da animação e, com o objetivo de trazer o que há de mais contemporâneo em termos de criação francesa em animação, o serviço audiovisual solicitou ao Festival Anima Mundi que se unisse ao evento e apresentasse, nesse âmbito, uma seleção de dez curtas-metragens que marcaram a edição de 2011.

sáb 19 16h Animação à francesa O Cão, o general e os pássaros Le Chien, le general et les oiseaux de Philippe Leclerc. França, 2003. Legendas em português. 75’. Há muito tempo, um general russo sacrificou os pássaros para incendiar Moscou e salvar a cidade da invasão napoleônica. Virou herói nacional, mas vive assombrado pela matança dos pássaros. Classificação indicativa – livre.
18h Animação à francesa Valsa com Bachir Waltz with Bashir de Ari Folman. França/Alemanha/Israel, 2008. Legendas em português. 87’. Em uma noite num bar, um velho amigo conta ao diretor Ari sobre um sonho que tem repetidamente no qual ele é perseguido por 26 cães ferozes. Toda noite o mesmo número de feras. Oscar do Melhor filme Estrangeiro de 2008. Classificação indicativa – 16 anos.

dom 20 16h Animação à francesa A Ilha de Black Mor L'Île de Black Mor de Jean-François Laguionie. França, 2004. Legendas em português. 80’. Em 1803, um garoto de 15 anos escapa de um orfanato onde era mantido prisioneiro. Sua única riqueza é um mapa do tesouro.Classificação etária – livre.
18h Animação à francesa Chronopolis de Piotr Kamler. França/Polônia, 1988. 52’. Um Coração para emergências Coeur de secours de Piotr Kamler, França, 1973. Legendas em português. 9’. Numa narrativa visual sem diálogos, o filme conta a história de uma imensa cidade perdida no espaço, cujos habitantes têm por única ocupação fabricar o tempo. Classificação indicativa – 14 anos.

sáb 26 16h Animação à francesa O Segredo de Eleonor Kerity et la Maison des contes de Dominique Monféry. França, 2009. Legendas em português. 75’. Nathaniel ainda não consegue ler, mas conhece todos os personagens dos Contos de Fadas. Eles saem dos livros e ganham vida, pois precisam de ajuda para sobreviver e fazer com que suas histórias sejam conhecidas pelas futuras gerações. Classificação indicativa – livre.
18h Animação à francesa Persepolis de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud. França, 2007. 95’. A Evolução da cartola Histoire de chappeaux de Emile Cohl. França, 1910. Legendas em português. 6’. Teerã 1978: Marjane, de oito anos, sonha em ser uma profetisa do futuro, para assim salvar o mundo. Querida pelos pais cultos e modernos e adorada pela avó, ela acompanha avidamente os acontecimentos que conduziram à queda do xá e de seu regime brutal. Classificação indicativa – 14 anos.
dom 27 16h Animação à francesa Kirikou e a feiticeira Kirikou et la sorcière de Michel Ocelot. França, 1998, 71’. Os Três inventores Les Trois inventeurs de Michel Ocelot. França, 1980. Legendas em português. 13’. Baseado em um conto da África Ocidental. Uma comunidade é aterrorizada por uma feiticeira e Kirikou luta para preservar sua aldeia das forças do mal. Classificação indicativa – livre.
18h Animação à francesa Kirikou e as bestas selvagens Kirikou et les bêtes sauvages de Michel Ocelot. França, 2005. Legendas em português. 75’. Kirikou é um menino africano, herói de sua tribo, que sempre resolve os problemas com boas idéias e coragem. Em suas aventuras, contadas pelo avô, encontra uma terrível hiena, um búfalo, uma girafa e estranhas criaturas chamadas Feitiço que vivem a serviço da malvada bruxa Karaba. Classificação indicativa – livre.

Realização Embaixada da França, Institut Français, AFCA e MAM
Apoio Cinemateca da Embaixada da França, Anima Mundi, Cendotec e Cinemateca Brasileira
Esse evento participa da 10ª Fête du Cinéma d’animation, organizada pela Association Française du Cinéma d’Animation e pelo Institut français.

domingo, 13 de novembro de 2011

MATÉRIA SOBRE IMAGEM EM MOVIMENTO

As cinco postagens abaixo (IMAGEM EM MOVIMENTO), em ordem decrescente, dizem respeito à matéria sobre a imagem do audiovisual, de natureza narrativa. Trata-se de material para adquirir vocabulário tanto para criação de imagens narrativas, estáticas ou em movimento, quanto para análise das mesmas. Constitui material de referência para aqueles alunos que não puderam fazer o exercício do G2 (a finalização de imagem de desenho elaborado pelos colegas a partir de pontos e linhas) e que o utilizarão para exercício que valerá como G2. Estes, que não fizeram aquele exercício, deverão utilizar a matéria destas apostilas e dos exemplos mostrados em sala de aula, para analisar uma sequência da animação O DESPEJO, postada mais abaixo. Essa análise deverá ser feita por escrito e entregue em sala na aula do dia 30 de novembro.

IMAGEM EM MOVIMENTO: APOSTILA 5

MAPEAMENTO E STORY BOARD

O mapeamento (logging) se faz para segmentar o material a ser projetado ou analisado para fins de pós-produção. Trata-se da divisão do material em partes (sequências ou simplesmente cenas) que definem o desenrolar da narrativa. Marca-se no contador do gravador ou câmera o tempo (minutos e segundos) ou comprimento (pés/metros) do início e fim de cada parte selecionada. Por exemplo: 00h00-00h05 encontro de personagem A com B; 00h05-00h23 caminhada para a escola etc.

Já o storyboard (ou story board), representa a visualização de planos que interessam à narrativa feita para fins de pré-produção. Pode ser feito para evidenciar visualmente ângulos específicos; movimento de personagem ou câmera; início e fim de sequência; entre outros. Costuma-se apresentar uma folha com pequenos quadros onde o esboço visual do plano é feito acompanhado de anotações ao lado, que podem ser relativas a indicações para contra-regras, ou qualquer membro da equipe para quem se queira evidenciar os aspectos visuais. Assim, pode-se fazer um storyboard para o cinegrafista com indicações específicas para este ou um outro para o músico, com indicações dos planos em que determinada música ou ruído deve entrar e sair. Abaixo um modelo de página de storyboard (tirado do Google Image e adaptado). Para diferentes estilos e finalidades de storyboards, ver o termo "story board" no Google Image.



IMAGEM EM MOVIMENTO: APOSTILA 4

ANÁLISE PLANO A PLANO

A análise plano a plano tem a finalidade de estudo e pesquisa detalhada sobre o produto audiovisual. Em geral fala-se também em análise quadro a quadro, que, em termos práticos, significa o estudo plano por plano e não um estudo de cada fotograma (para filme) ou quadro (em caso de vídeo). No plano a plano já se fala de detalhes de movimento e outras variações dentro do plano que dariam conta de mudanças a nível de fotograma/quadro. Contudo, podem-se prever casos em que se necessite de tal detalhamento que a análise deva ir mesmo até o estudo de cada fotograma/quadro tem as seguintes colunas:

Nr. do plano ou metra­gem
Tempo
Des­crição da cena
Esca­la/­pro­porção
Ângulo
Movi­mento dentro do quadro
Movi­mento de câmera
Cor
Luz
Foco
Efei­tos óticos
Con­tinu­idade (de movi­mento, som e ima­gem)


PRINCIPAIS OPÇÕES
SOM:
Sincronizado ou não sincronizado
Ruído
Música
Som
Silên­cio
Espaço sonoro
Relação com nar­rativa
Corte
Ob­ser­vações

Som verbal:

Dentro e fora da tela
Diálogo
Monólogo interior
Comentário em off
Narração em primeira pessoa
Naturalismo
Estilização
Flashback

Ruído:
On ou off
Diegético e não diegético
Som de arquivo
Audibilidade
Seleção
Metáfora
Ruído intertertex­tual

Música:

On e off
Diegética e não diegética
Função dramática
“Leitmotif” (música tema)
Mimese
Literal (mickeymous­ing)
Tonal/atonal
Reforçando ou contradizendo a imagem

Silêncio:
Diegético e não-diegético
Espaço sonoro

Profundidade de campo:

Foco do som
Textura do som
Escala auditiva
Realismo quanto a som/imagem

Relação com narrativa:
Diegética ou não-diegética

Considerações sobre som:
Sincronizado ou não sincronizado

IMAGEM:

Plano
Tempo
Descrição
Curta descrição das ações e per­sonagens envol­vidas
Escala: PD, GCU, PP/CU, PMF, PM, PMA, PA, PG, PL, etc.

Ângulo:
Frontal
Esquerda
Direita
Baixo
Alto
Altura dos olhos

Movimen­to no quadro:

Em direção à câmera
Em direção ao fundo
Para a direita
Para a esquerda
Próximo à câmera
Primeiro plano
Estacionária

Movimen­to de câmera:

Pan
Tilt
Tracking
Grua
Dolly
Câmera na mão
Swish (Chicote)

Cor:
Textura
Fonte
Direção
Intensi­dade
Filtros
Exposição
etc.

Luz:
Fonte
Direção
Intensidade
etc.

Foco:

Profun­didade
Tipo de lente, etc.

Efeitos ou movimen­tos óticos:

Zoom-in
Zoom-out

CORTE:

Emparelhamento com som
Fade-in
Fade-out
Lap dissolve
Continuidade de diálogo
Descontinuidade espacial

Transições óticas:

Fade-in
Fade-out
Lap dissolve
Iris-in
Iris-out
Cortina
Swish
Corte Seco (ou, simplesmente, corte)

Continuidade espacial:

Elipse
Emparelhamento de direção
Emparelhamento de olhar
Corte em movimento
Emparelhamento de eixo
Jump-cut
Falso emparelhamento

Montagem:

Intervalos de Vertov
Método de montagem de Eisenstein
Mis-en-scène de Bazin

Emparelhamen­to:
Fade-in
Relação com emparelhamen­to de imagem

IMAGEM EM MOVIMENTO: APOSTILA 3

I Termos definidos em relação ao tipo de lente usado na filmagem:

      1. Teleobjetiva/telephoto lens (ver Stasheff et al. p. 90)
      2. Macro
      3. Grande angular/wide-angle lens
      4. Zoom (in e out)
      5. Lente anamórfica (p/ Cinemascope)


II Termos definidos em relação a qualidade fotográfica da imagem:

      1. granulação
         - Película rápida/sensível
         - Película lenta/baixa sensibilidade
      2. Profundidade de campo ou foco
      3. Superposição
      4. Soft-focus (através de uso de gaze ou vaselina)


III Termos definidos em relação a tipos de filmagem, velocidade de filmagem, tempo de cena, etc.

      1. Câmera acelerada/accelerated motion
      2. Câmera lenta/slow motion
      3. Congelamento/freeze-frame
      4. Animação (via truca ou não)
      5. Pixilation


IV Termos relativos a trilha sonora

      1. Trilha sonora/soundtrack
      2. Sincronização com imagem
      3. Combinação/mix
      4. Dublagem/pós-sincronização/dubbing
      5. Narração/voice-over

V Movimento da personagem/objeto dentro do quadro

      1. Em direção a câmera
      2. Em direção ao fundo do quadro
      3. Lateral (E/D)
      4. Proximidade em relação à câmera: primeiro plano ou fundo
      5. Definição dos espaços dentro e fora da tela/off-screen space

VI Cor/iluminação

      1. Fonte
      2. Direção
      3. Intensidade
      4. Filtro
5. Superexposição ou estourar
6. Subexposição
      7. Superposição
      8. Viragem
      8. Solarização


VII Transição de som/montagem de som

      1. Fade-in
      2. Fade-out
      3. Lap dissolve
      4. Continuidade de diálogo
      5. Descontinuidade espacial

VIII Termos relativos às pecas utilizadas no planejamento e análise do texto em filme ou vídeo

      1. Argumento (tema) (scenario)
      2. Pré-roteiro
      3. Roteiro/screenplay
     4. Decupagem - segmentação de detalhada plano-a-plano usada: a) na fase de pré-produção, imediatamente posterior ao roteiro (para auxiliar na filmagem); b) na fase de pós-produção, contemporânea ao mapeamento/logging, no caso de vídeo, (para auxiliar na montagem); c) no mapeamento com fins de análise estética de material já produzido). Em geral, a decupagem define o plano em escala, ângulo e movimento de câmera.
     5. Storyboard - descrição de planos e sequências através de ilustração feita em folhas especiais contendo pequenas molduras simulando o espaço da tela.
      6. Script
      7. Mapeamento/Logging
     8. Análise plano a plano (ou quadro-a-quadro/"shot-by-shot-analysis" quando necessária) - passagem de filme ou vídeo(unidade visual por unidade visual) na moviola ou gravador para verificação de detalhes com a finalidade de estudo.

IX Alguns termos referentes a composição do quadro

      1. Regra dos terços
2. Balanço
         - direção de olhar (ou objetos que indiquem direção)
         - peso (massa)
         - cor
         - luz

X Materiais utilizados na filmagem pelo cinema

      1. Negativo (não montado/sem som)
      2. Copião (cópia positiva de exercício/montada/sem som)
      3. Master ou matriz (negativo/montado/sem som)
      4. Internegativo (cópia negativa do master/montado/com som)
      5. Cópia (cópia positiva/montada/com som/tirada do internegativo/para exibição comercial)
      6. Contratipo (cópia positiva/montada/com      som/tirada de copia comercial)

XI Termos adicionais

      1. Persistência de visão (12 quadros por segundo)
      2. Máscara/matte
      3. Filtro
      4. Aspect ratio (1:1; 1.33:1; 2.34: 1)
      5. Efeitos especiais
      6. Efeitos óticos
      7. Retro projeção/rear-screen projection back-projection
      8. Script
      9. Mis-en-scène
      10. Tela grande/widescreen
      11 Som diegético X som não-diegético
      12. Teto/overheah
      13. Múltipla imagem/split

IMAGEM EM MOVIMENTO: APOSTILA 2


II Termos definidos em relação à posição da câmera e seu objeto (enquadramento e movimento).

a) quanto à distância da câmera ou escala e proporção do objeto enquadrado (definido a partir da figura humana, a começar pela altura da cabeça, compreendido aí o teto/overhead). Quando não houver figura humana, e o objeto for de grande tamanho, usa-se fazer valer a proporção do objeto principal enquadrado por analogia à figura humana. P. ex. para o enquadramento de uma árvore, se a árvore estiver inteira e PG, se a árvore estiver pela metade PM e assim por diante. Se o objeto for pequeno (um livro, um vaso), usam-se PP ou PD independente da analogia à figura humana:
      1. Primeiríssimo plano (PPP), plano detalhe (PD), extreme close-up (ECU), ou extra close-up XCU) - enquadra apenas um detalhe do corpo ou objeto. Há uma diferença entre o PPP e o chamado grande close-up (GCU) ou big close-up BCU), ou, ainda, super close-up ou close-up fechado, que enfoca apenas o rosto inteiro da personagem. Há, também, o very close‑up(VCU), que enche o quadro com os olhos, nariz e boca
      2. Primeiro plano ou plano próximo (PP) ou close-up (CU) (obtido através da tele ou aproximação de câmera) - corte na altura dos ombros; o rosto ainda e o ponto de interesse.
      3. Plano médio fechado (PMF) ou medium close-up MCU) - corte na altura do peito.
      4. Plano médio (PM), medium shot (MS) - corte na cintura. Há quem o confunda com o plano geral, que se define pela imagem da figura humana mostrada por inteiro.
      5. Plano médio aberto (PMA), cujo corte se da na altura da virilha ou logo abaixo desta.
      6. Plano americano (PA), plano médio geral (PMG), 3/4-shot/knee shot - corte na altura do joelho, podendo ser pouco acima deste indo até o corte logo acima dos pés.
      7. Plano geral (PG), medium long shot (MLS) ou full-length shot (FLS) - corte logo acima e abaixo da figura humana, incluindo-a toda no quadro. (Certos autores referem-se a este plano como se fora o plano conjunto, i.e., o plano de referência de uma sequência qualquer e, às vezes, como o plano longo).
      8. Plano longo (PL) ou long shot (LS) - a pessoa ocupa de 3/4 a 1/3 da altura da tela, sobrando mais espaço que no PG.

NOTA: Apesar dessas denominações se referirem à pessoa humana de pé, a terminologia é válida para a figura humana em outras posições, bastando que se aplique a regra da proporção, a exemplo do que foi dito para o enquadramento de objetos na nota anterior, ainda que haja anteparos bloqueando a visão da pessoa. Assim, pessoa sentada em automóvel, sem que se veja o corpo todo, em que o limite do quadro se de abaixo do carro, portanto cabendo ”toda a figura humana, e PG. Se o corte for à altura da cintura ainda que esta não apareça, é PM.
      9. Plano longuíssimo, grande plano geral (GPG), extreme long shot (ELS) ou extra long shot XLS) - define-se pela grande inclusão de espaço, compreendendo grandes cenários a grandes distâncias, em geral abertos, de natureza (uso de grande angular ou tomadas aéreas).

   10. Plano conjunto (PC), establishing shot, plano de cobertura - plano definidor da cena. Nele estão contidos todos os elementos da diegese; plano usado em abertura para apresentar o ambiente e circunstâncias em que se desenrolara a narrativa (pode ou não utilizar
grande angular). As denominações dos planos aqui fornecidas englobam a
maior parte dos enquadramentos que se usa em cinema e TV em suas diversas proporções. Contudo, é muito comum se ler em roteiros, ou se ouvir referências mais simplificadas. Nesses casos, as referências gravitam em torno dos termos PD, PP, PM, PA e PG, não havendo considerações aos outros planos de escalas intermediárias.

b) quanto ao ângulo da câmera:
      1. câmera alta/plongé superior/high angle shot – a câmara é colocada em posição superior ao objeto filmado.
         - Overhead shot - em posição superior à figura humana
         - Plano aéreo/aerial shot/extreme high angle - define um plano longuíssimo perpendicular ou oblíquo a partir do posicionamento da câmera em veículo aéreo. É considerada câmera alta perpendicular o plano que enquadra o objeto ou figura humana vista de cima.
      2. Câmera baixa/plongé inferior ou contra-plongé/low angle shot - a câmera, ao contrario da posição anterior, enfoca o objeto de baixo para cima.
      3. Eye-level shot - tomada feita a altura dos olhos humanos. É a tomada padrão.
      4. Rés-do-chão - Câmera bastante baixa, colocada a nível do chão. Comum em tomadas de corrida de carros e motos.

c) quanto a movimento de câmera no plano:
      1. Plano estacionário/stationary shot - plano com ausência de movimento.
      2. Pan/panorâmica/panorama shot (PAN) - a câmera movimenta-se horizontal ou verticalmente, ou, ainda, em diagonal em torno de seu próprio eixo, definido, em geral por seu ponto de fixação com o tripé.
         - Vertical/tilt, para cima (p/C) ou para baixo.
         - Horizontal, da esquerda para a direita (E-D) ou da direita para a esquerda (D-E).
         - Chicote/Swish/flash - movimento brusco que provoca uma imagem "lavada". Usado sobretudo em transição de planos.
      3. Carrinho/traveling - movimento que utiliza tripé ou qualquer outro suporte montado sobre: É comum se ver o uso de traveling e trucking (ou tracking.) como sinônimos.
         - Dolly shot - para frente (in), em direção ao objeto filmado, ou para trás (out ou back), afastando-se do objeto ou, ainda, em ângulo.
         - Trucking shot - movimento lateral para esquerda ou direita em relação ao objeto filmado.
         - Follow shot - movimento de acompanhamento do objeto filmado. Pode ser lateral ou para frente e trás.
      4. Grua/crane shot - movimento em todos os ângulos e direções efetuado por intermédio de aparelho mecânico de braço móvel e dobrável.
      5. Câmera na mão - tomada sem auxílio de tripé ou ensaio. Muito utilizada em tomadas documentais, apresenta um movimento irregular levado pelas circunstâncias não ideais de filmagem e pelo comportamento imprevisto do objeto filmado.
6. Entrada e saída limpas.

d) quanto ao ponto de vista (para identificação do ponto de vista):
1. Câmera objetiva - a partir de um “ponto neutro” de visão, da altura média, também da câmera à altura dos olhos. Define um ponto de vista da 3a-pessoa. É chamado também de “olha da câmera”.
2. Plano subjetivo ou câmera subjetiva - diz respeito à imagem que se refere à visão de alguém enquanto memória, “visão”, imaginação. É reconhecível por uma distorção da imagem, por alguma peculiaridade que represente uma visão pessoal. Pode ser de qualquer ângulo.
3. Plano ponto de vista/Point-of-view-shot - confundido às vezes com a câmera subjetiva porque também representa o olhar de uma personagem. Mas pode ser de um animal, de uma coisa, além, é claro, do olhar de um ser humano. Pode ser de qualquer ângulo. Em geral, identifica-se pelo movimento e pelo ângulo.

IMAGEM EM MOVIMENTO: APOSTILA 1

I Termos definidos em relação à montagem/edição
(planos de transição, corte, etc.)

      1. Fotograma/quadro/frame - unidade física visual.
      2. Plano/shot/tomada/take - além de seu sentido ordinário linguístico (espaço definido por três pontos), plano aqui se refere à unidade narrativa entre dois cortes, do momento que a câmera começa a filmar ao momento que para filmar. Plano, como sinônimo de "quadro", refere-se, ainda, às características de angulação, proximidade da
câmera (escala) e movimento dentro do quadro. Ex. plano aéreo, plano geral, plano estacionário, contra-plano, etc. A tomada é cada filmagem de um plano. Pode haver várias tomadas de um mesmo plano.
      3. Cena - unidade temática, em geral condicionada a um espaço.
      4. Sequência - unidade temática maior (uma sequência poderá ter várias cenas).
      5. Corte/cut - momento de ruptura dentro de um plano.
      6. Montagem/edit (ou edição, para fitas de VT) - ação de unir planos e sequências, física ou magneticamente, filme ou fita magnética segundo um roteiro.
      7. "Montage" - montagem estilística:
         - Intervalos de Vertov - privilegiando a visibilidade do processo de edição, como ato de conscientização do espectador;
         - Montagem de Eisenstein – definindo o significado através do valor simbólico da imagem e de sua relação com as imagens antecedentes e posteriores;
         - Mis-en-scène de Bazin - privilegiando a invisibilidade do corte da edição para reforçar a fluidez da narrativa e a impressão de realidade.
      8. Montagem paralela/crosscut/intercut/parallel cut - intercalamento de diferentes cenas dentro de uma mesma sequência para emprestar a narrativa intensidade dramática (usualmente usada em perseguições).
      9. Falso emparelhamento/Jumpcut/faux-raccord - sequência que apresenta salto de continuidade de movimento e espaço, deixando claro o ponto de edição.
      10. Campo e contra-campo/action reaction shot - tipo de montagem paralela em que se mostram, simetricamente, dois ângulos opostos. Usado
normalmente em diálogos, alternando-se as faces dos interlocutores. Às vezes um tipo de campo e contra-campo, o plano de ângulo oposto/reserve angle shot é usado para mostrar os dois opostos de um ambiente, sem precisar usar movimento de câmera (no caso, apenas através de corte). Este tem número bem menor que o campo e contra campo de diálogo.
      11. Emparelhamento/combinação/match-cut/raccord - montagem que busca a invisibilidade do corte pela suavidade da transição de planos:
         - Fusão - mudança de planos em que o posterior se sobrepõe rapidamente ao plano anterior;
         - Combinação de olhar/eyeline ou sightline match - o corte se dá no ato da direção do olhar da personagem para o plano da incidência desse olhar;
         - Corte em movimento - busca manter o mesmo movimento de personagem ou câmera nos planos anterior e posterior;
         - Combinação de eixo - a passagem de planos combina o eixo definido pela câmera (quando, p. ex., uma figura sai pelo canto inferior direito da tela, e ha um corte para se mostrar a sequência do movimento, que se seguiria atrás da câmera, o plano posterior mostra a figura entrando pelo canto inferior esquerdo, simulando a virada da câmera a partir do desaparecimento da figura do quadro no plano anterior. O mesmo acontece quando, no plano anterior, o objeto sai pela margem direita do quadro, e no plano posterior ele aparece entrando pelo lado esquerdo de novo, ação que, ao respeitar o eixo, dá a impressão de continuidade de movimento).
      12. Contra-plano - Todo plano utilizado em contraponto a um plano definido como principal. Em geral, o contra-plano e usado na dinamização de uma ação que, apesar de ser a mais importante dentro do tema, cansaria se fosse apenas mostrada em um plano. Por exemplo, num show, os planos da ação no palco são dinamizados pela inserção de contra-planos de reação da plateia.
      13. Fade-in - passagem gradativa de um quadro escuro total para uma imagem.
      14. Fade-out - passagem gradativa de uma imagem para o escurecimento total.
      15. Dissolve - transição de planos através do desfoque e enfoque.
      16. Iris-in - obscurecimento da imagem, em circulo, a partir da periferia da tela, através de obstrução da luz pelo fechamento do diafragma (hoje através dessa simulação).
      17. Iris-out - efeito contrario a íris-in.
      18. Wipe (efeito de cortina) - transição de planos através do “varrimento" da imagem, como se o plano posterior entrasse na tela, em movimento lateral horizontal, empurrando o anterior.
      19. Elipse - Salto temporal na ação.

sábado, 12 de novembro de 2011

G2 - ANÁLISE DA IMAGEM NARRATIVA

Trabalho para os alunos que não realizaram o exercício de G2 em sala de aula. O trabalho consiste em elaborar um texto sobre a imagem narrativa do filme “O DESPEJO ou...Memorias de Gabiru”. Entrega do trabalho dia 30 de novembro. Veja na integra o filme no site abaixo:
http://www.awntv.com/videos/the-pouring-out-or-gabirus-memories

domingo, 4 de setembro de 2011

AULAS EM IMAGENS:24/08

Através dos sentidos aprendemos outras linguagens e percebemos o mundo, essa interpretação acontece por meio de  imagens mentais que usamos para dar significados às coisas. Quando representamos uma coisa estamos apresentando ela novamente, porém, desta vez com significado, porque somos seres sociais e devido a isso vemos através das linguagens.
A representação vai de uma escala mimética à abstrata, sendo assim, ela apresenta signos com características diferentes podendo se apresentar como:  ícone, índice e símbolo. No ícone a imagem se apresenta mimética, similar, em relação à coisa que se refere, ela é uma imagem que tende ao real. No índice a relação com o objeto é de indício, ele se representa sem estar lá, é uma relação física, individualizada. Já o símbolo é uma convenção, uma arbitrariedade social, no símbolo o signo não tem nenhuma relação mimética com o seu referente.

AULAS EM IMAGENS: 17/08

Desde o seu nascimento o ser humano é imerso num sistema simbólico que é formado por linguagens, assim sendo, as formas de uma pessoa interpretar o mundo está diretamente ligada às linguagens a que ela está imersa.
No meados do século XIX alguns estudiosos desenvolveram pesquisas em relação aos signos constituindo duas linhas, uma francesa e outra americana. A francesa criada pelo suíço Ferdinand Saussure um linguista que defendia o signo como uma combinação entre o significante (plano da forma) e o significado (plano do conteúdo). Já a outra corrente tinha Charles Sanders Peirce como criador, ele via o signo como uma semiose de três sujeitos, uma ação triádica entre objeto (referente), representamem (signo) e o interpretante (referência – imagem mental).

terça-feira, 23 de agosto de 2011

AULAS EM IMAGENS: 10/08

Os seres humanos vivem em comunidade desde o momento em que notaram que vivendo em grupo poderiam enfrentar as mais diversas intempéries. 
As práticas e valores que identificam a comunidade são chamados de cultura. Esta, por sua vez, é transmitida, entre outros, através da linguagem, que nada mais é do que um repertório de elementos existentes na comunidade organizado segundo regras específicas de um código, construindo, assim, unidades com significado (ou signos). Cada código (conjuntos de regras de combinações dos elementos do repertório), também costuma ser entendido como a própria linguagem e cada linguagem tem formas próprias de expressão. Nossa lingua, por exemplo, pode ser expressa pela fala e pela escrita. Nessa troca de informação a produção de sentido é norteada pelo social, sendo assim, o significado é puramente cultural.
Vemos uma escala na criação do ser humano que passa pelo indivíduo, família, comunidade, sociedade, nação chegando à forma mais organizada que é o estado, este que é constituído três partes: nação, território e poder político.